Era
uma vez, num lugar muito, muito perto daqui...
Uma cidade.
Vários castelos.
Muitos reis e
rainhas.
Muitos príncipes
e princesas e...
Muitos súditos!
E assim
começam quase todas as histórias que contamos às nossas crianças. E assim
começa esta história que conto pra quem gosta de ler.
...era uma
vez um castelo bonito, muito bonito e que causava uma certa inveja nos castelos
vizinhos. A beleza dos castelos desta cidade, era medida por vários itens, como
número de súditos, inteligência dos mesmos, limpeza dos aposentos, recursos
tecnológicos, entre outros.
O rei, um
homem dedicado e agradável, estava sempre vistoriando tudo, e facilitava a convivência
entre seus moradores com reuniões e
conselhos semanais.
Neste castelo
havia muitas princesas e uma delas se destacava porque, penso eu, achava que
era rainha!
As princesas
tinham por obrigação, passar aos súditos muitas informações garantindo que o
conhecimento científico e filosófico, fosse oferecido com qualidade, a fim de
que pudessem ser transformados em fazeres e saberes para a emancipação
intelectual dos mesmos, estimulando o domínio de diversos conteúdos que
deveriam ser utilizados em seu cotidiano...
As ordens do
rei eram sempre claras e objetivas,
-“estamos no
século XXI, é de bom tom que ao ensinar os súditos, príncipes e princesas devem
ler biografias atuais mas não desprezem a colaboração de educadores que
historicamente fizeram a diferença na evolução da aprendizagem. Ah, não se
esqueçam do Estatuto da Criança e do Adolescente, que foi implantado para
proteger os pequenos súditos da perversidade de alguns adultos.”
A princesa,
que se achava rainha, deixava bem claro que as coisas eram do jeito que ela
queria. Pelo seu ar autoritário, ela passava a impressão de ser muito
importante e competente.
Tratava os
súditos com superioridade, ensinando e castigando mas, camuflando sua maldade. Um dos súditos,
menino carismático e normal começou todas as tardes a fazer xixi na calça e ela
dizia:
_”Nossa! Será
que ele está com algum problema em casa! Deve estar acontecendo alguma coisa
errada nesta família.”
No início do ano (acho que no mês de abril) ela já fechou o seu diagnóstico e informou a mãe
do súdito que ele não iria passar de
ano. A mãe, que não era boba nem nada, começou a questioná-la e também a pedir
ajuda para que seu filho amado conseguisse aprender aquele monte de conteúdo
necessário na vida dos que querem ser reis ou príncipes. Mas a malvada sempre
dava um jeitinho de inverter a situação e culpar o pobre menino que estava aos seus
olhos, fadado ao fracasso.
E, conversa
daqui, conversa dali, em meio a ajudas externas da família e de anjos e fadas, o
pequeno súdito foi aos poucos melhorando o seu desempenho.
Mais uma reunião
foi marcada no castelo para que os pais dos súditos soubessem da evolução de
seus filhos.
Ao terminar a
reunião, a mãe do pequeno súdito, gentilmente conversou com a princesa sobre
seu filho e grosseiramente foi desprezada, e mesmo a mãe tendo mostrado àquela princesa
que seu filho evoluiu, que melhorou as notas, a princesa foi enfática:
- seu filho
vai repetir de ano! (era o mês de
agosto)
A mãe, a
família, o rei, os anjos, as fadas, já tinham feito tudo o que podiam para reverter
a situação e ter um bom relacionamento naquele castelo cobiçado por muitos, mas
a avó do súdito, que desculpem-me, já estava me esquecendo de dizer, era também
uma princesa! Uma princesa que vivia há mais de 20 anos num castelo mais
simples, mais singelo, mais humano. E como princesa ela priorizava o respeito
às famílias, a responsabilidade do seu
cargo e acima de tudo o amor aos seus súditos.
A avó, princesa que já estava em fim de carreira, ficou indignada com tamanha petulância e maldade daquela que se achava
rainha. Tomou a sábia decisão de transferir o súdito para outro castelo. Lá ele
encontrou uma princesa de verdade! Ela era dedicada, gentil e amava sua
profissão, recebeu com carinho o novo súdito
que conseguiu se livrar das maldades da antiga princesa e continuar trilhando
seu caminho em busca de um reinado ou um principado.
Quando a avó
princesa foi conversar com o rei do castelo bonito, ela deixou bem claro que os
súditos devem ser respeitados por todos do castelo e quando eles estão num castelo, sobre a responsabilidade
de reis e princesas, eles devem ser protegidos e quando não o fazem, a família faz
por eles.
A avó ficou
angustiada ansiando por justiça, queria poder proteger outros súditos das mãos daquela
princesa malvada, mas depois ela lembrou que nesta cidade, nesses castelos,
ainda predomina a impunidade e resolveu levantar a cabeça e continuar sendo o
que ela sempre foi, uma princesa do bem. Ela continuou ensinando que na vida
vamos nos deparar com princesas malvadas e que apesar disso devemos seguir
adiante acreditando que perseverar no bem, vale a pena!.
P.S : qualquer
semelhança de fatos e personagens, é mera coincidência.